Imagine-se o ouvinte dentro de uma máquina do tempo em que ao invés de escolher, somente, entre o passado e o futuro, obtivesse acesso a um tempo inventado, cruzamento dos dois. É possível e a receita é simples: apetreche-se de uns phones e um mp3, escolha um local inspirador, e deixe-se subjugar ao hipnotismo nervoso da combinação dos samples clássicos com os instrumentos futuristas, os bombos descompassados, os pratos descontrolados e as tarolas lacónicas, tudo isto amplexo à estática do vinil que certamente sublinhará a paisagem escolhida. A música é o mais importante viático em qualquer jornada. Na ausência de bons lugares esperemos que as nuvens cheguem para o esmagar.
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